Fonte: http://www.educarbrasil.org.br

Evidentemente, você já ouviu falar e provavelmente conhece um pouco da história de Jerusalém, cidade santa dos judeus, cristãos e mulçumanos em Israel. No entanto, talvez nunca tenha se dado conta da existência de Jerusalém da Amazônia, ou cidade cenográfica de Jerusalém da Amazônia em Porto Velho, Rondônia. Trataremos, então, de fazer uma breve apresentação dessa grande arena, que é o segundo maior teatro sacro a céu aberto do mundo, mas antes conheceremos também um pouco do estado de Rondônia, bem como sua capital, Porto Velho.

O processo de formação territorial e de povoamento de Rondônia é recente e teve como principal impulso a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, entre 1907 e 1912.

Na década de 1950, a região localizada entre o Oeste do Mato Grosso, Nordeste de Bolívia e Sul do Amazonas foi denominada de Território Federal de Rondônia pela Lei de 17 de fevereiro de 1956. Até então, desde 1943, a região era considerada como Território Federal do Guaporé.

A condição de Unidade Federativa ou Estado Brasileiro aconteceu com a lei complementar de 22 de dezembro de 1981, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente da República João Baptista de Oliveira Figueiredo. Já a capital Porto Velho nasceu das instalações portuárias, ferroviárias e residenciais da Madeira-Mamoré que teve as obras concluídas em 1912.

Por aproximadamente meio século, Porto Velho se fez valer economicamente da ferrovia, período em que a borracha representava grande valor comercial. Mas, em seguida, a economia é abalada com a produção de borracha na Malásia. Esse ciclo se estende até a Segunda Guerra Mundial, quando acontece uma nova demanda de borracha. Com o final da guerra, a economia retrai e novamente volta a estacionar.

A retomada econômica da cidade acontece com a decisão do governo federal, no final dos anos 70, de abrir uma nova fronteira agrícola no então Território Federal de Rondônia, como meio de ocupação e desenvolvimento da região, além de atendimento aos princípios da segurança nacional. Nesse momento, um grande fluxo migratório com origem nos demais estados brasileiros rumou em direção a Rondônia, promovendo ainda uma rápida evolução de Porto Velho, que concentrou, na década de 1980, o auge de seu crescimento.

Com a chegada de brasileiros vindos de outras regiões, a cidade se viu em meio a um grande arranjo cultural, onde se misturam costumes e sotaques vindos de todo o país. O Boi-bumbá e o forró nordestino se uniram ao vaneirão, dança típica gaúcha, e o açaí e o chimarrão passaram a compor a mesa porto-velhense

Atualmente, o calendário cultural de eventos anuais em Porto Velho inclui: a Expovel festa agropecuária de Porto Velho, que tem a tradição de iniciar com uma grande cavalgada; o Festival Casarão, que é um festival de música independente; Micaretas, sendo a principal o Bloco Maria Fumaça; Arraial Flor do Maracujá, uma festa folclórica em que o Boi-bumbá se manifesta, figura presente todos os anos; e a peça "O homem de Nazaré", encenada na cidade cenográfica Jerusalém da Amazônia.

Jerusalém da Amazônia é a segunda maior cidade cenográfica do mundo e está localizada dentro da cidade de Porto Velho, a 21 quilômetros do centro. O local de construção rústica e com amplo espaço é composto por uma área de quatro hectares e 16 cenários entre naturais e construídos. Além do tamanho, a arena de teatro a céu aberta é famosa também pela encenação da Paixão de Cristo com espetáculo “O Homem de Nazaré”, que acontece anualmente. A apresentação teatral conta com mais de 300 atores de várias cidades do estado do Acre, Amazonas, Amapá e Roraima, incluindo Rondônia. Há mais de uma década, Jerusalém da Amazônia é considerada pela Embratur (Empresa Brasileira de Turismo) como o segundo maior teatro a céu aberto do Brasil e do mundo no gênero Sacro.